Fátima Acris voltando do Miss Brasil 1968
Jornal do Comércio – 1 de julho de 1968
Entrevista com Fátima Acris, voltando do concurso Miss Brasil 1968 realizada pelo Jornal do Comércio.
Regressou segunda-feira passada do estado da Guanabara, a srta. Fátima de Souza Acris, Miss Amazonas 1968, depois de participar, em desfiles, das escolhas de Miss Bahia, Miss Brasília, Miss São Paulo e do Miss Brasil 1968, que ficou com a Miss Bahia, Srta. Marta Vasconcelos.
Inquerida pela reportagem associada, de como foi recebida pelo povo baiano. Fátima, sorriu e disse que: “Pelas informações, sabia que o povo baiano era bom e hospitaleiro, mas sinceramente, fiquei bastante impressionada com as gentilezas com que fui recebida em Salvador. O povo baiano é extraordinário. Gostei imensamente do gesto do prefeito e de sua esposa, colocando à minha disposição, um automóvel, enquanto permanece se em Salvador”.
O repórter ainda sobre a Bahia indagou se Fátima Acris havia gostado de Salvador e se a escolha de sua representante foi justa.
A resposta veio imediatamente:
— A Bahia é maravilhosa. Esta é a expressão que pode traduzi-la. O que conhecia, através da história, me foi possível agora ver com meus próprios olhos. Praia de Itapuã, Igreja de São Francisco, a Catedral, o contraste entre cidade baixa e cidade alta, tudo me impressionou grandemente. A Bahia é realmente a sala de beleza e de tradições de nosso país. Quanto à escolha de sua representante Marta Vasconcelos, como Miss Bahia, foi uma decisão justa do júri, coincidindo com a preferência do público que lotou o estádio Antônio Balbino. A Miss Bahia, Marta Vasconcelos, hoje Miss Brasil, é inegavelmente, uma moça realmente bela.
Que achou de Brasília, Fátima? Perguntou o repórter.
Fátima Acris, sorrindo e alegre, respondeu:
— Brasília não tem tradução. É uma cidade-céu, como dizem os brasilienses. Sua construção de belas linhas arquitetônicas prova o arrojo e o espirito empreendedor do povo brasileiro. Brasília é o máximo. Não encontro adjetivos para traduzir sua beleza.
Fátima, a esta altura da entrevista, mostra à reportagem uma fotografia, de quando entregava ao presidente Costa e Silva, uma corbeille de flores e uma flâmula da Suframa.
Outra pergunta do repórter: Fátima, o concurso de Miss Brasil é realmente encontro de beldades e concentração de pontos de vista de diferentes regiões, na realidade da beleza?
— O concurso de Miss Brasil é um presente que os Diários Associados oferecem ao povo brasileiro. É uma festa de beleza, onde se tem oportunidade de ver as belezas de todos os estados brasileiros, oferecendo aos componentes do júri um autêntico quebra-cabeça. Este ano, o índice de beleza foi muito alto, afirmaram os observadores, finalizou.
E sua viagem aos Estados Unidos, pela Avianca?
— Bem, se conseguir concretizá-la, procurarei aproveitar bem essa viagem e conhecer Miami, principalmente por ocasião da escolha da Miss Universo, agradecendo e muito a gentileza da Avianca, na pessoa de seu gerente, senhor Hildimiro Costa, que tudo tem feito para me proporcionar esse sonho, ao coronel Floriano Pacheco, superintendente da SUFRAMA e seus auxiliares pela ajuda que me deram, para que pudesse me preparar melhor no concurso de Miss Brasil 1968.
Procurarei, onde estive divulgar a Zona Franca, ofertando flâmulas da Suframa, inclusive ao Exmo. Sr. Presidente da República, governador de São Paulo, governador da Bahia, prefeitos das cidades, diretor do Correio Brasiliense e jornalistas, como às revistas Cruzeiro e Manchete. Acho que cumpri com meu dever, divulgar ao máximo a Zona Franca para tirar aquela má impressão que os inimigos da Zona Franca procuram dar ao povo brasileiro.
Quando no Rio de Janeiro fui muito homenageada, comparecendo a coquetéis, onde estiveram presentes a senhora Blanca Bouças, senhoras de ministros, esposa do colunista Ibrahim Sued e convidados especiais.
Divulgou a Zona Franca, Fátima?
Sim, mas antes desejo manifestar meus agradecimentos aos amazonenses.
— Desejo, antes, agradecer a todas as homenagens a mim prestadas, desde que fui eleita Miss-Amazonas. Estou gratíssima ao Ideal Clube, a família Climilton Braga, aos dirigentes dos Diários Associados, nas pessoas do superintendente jornalista Epaminondas Barahuna e Dr. Jaime Rebelo, ao Rio Negro, na pessoa do jornalista Aristophano Antony, a seus diretores e juventude, que por duas vezes me obsequiaram com homenagens desde minha chegada de Coari.
A minha mensagem ao povo amazonense se resume no amor, afeto, carinho e dedicação que transmita ao povo amazonense e o faço sensibilizada, por todas as manifestações de apreço que recebi e continuo a receber como moça do interior, por todos os momentos de felicidade e alegria que me tem proporcionado. Tudo de bom que tenho sentido, em Manaus, toda a dedicação do povo manauara, quero transferir grande parte à mulher do meu município, ao povo coariense, à família do deputado Dorval Vieira, grandes amigos e incentivadores, a quem devo muito, não esquecendo, o meu querido Tijuca Clube. A todas os meus mais sinceros agradecimentos, e a prova de minha sinceridade.
Agradecemos as palavras da Miss Amazonas 1968. Fátima de Souza Acris e desejamos a ela, felicidade, no reinado de beleza.
NATUREZA AMAZÔNICA
O Traje Típico com que Miss Amazonas 1968, — A suavíssima Maria de Fátima Acris, desfilou suavemente pela passarela do Maracanãzinho, — Compõe-se, em suscinta descrição dos elementos:
Cabeça: — Num arranjo original, nas cores lilás, amarelo-queimado e verde musgo derramava-se lindas Orquídeas.
Blusa: — Em fundo azul Turquesa, com mangas que descem até o antebraço, ficando bem abertas ao final, em laminado amarelo-ouro que representa a Foz do Amazonas e o famoso fenômeno mundialmente conhecido — Encontro das Águas. Destacam-se aí nessa parte do traje, em aplicações, as flores Silvestres que enfeitavam a floresta Tropical, pelas margens do grandioso Rio Amazonas, seus afluentes, subafluentes, lagos, igarapés, igapós, furos e paranás.
Saia: — Na parte superior destaca-se a Flora Amazônica. A parte inferior, inspira-se na beleza natural do Rio Negro, em frente à cidade de Manaus. Representa a verde Canarana, o leve Mururé e a famosa Vitória Régia. A natureza amazônica está simbolizada nesse originalíssimo e oportuno traje.
Pés: — Elegante bota de meio cano, simbolizando aquelas usadas pelos mateiros para penetrar a Hileia e palmilhar os chavascais do Rio Amazonas.
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